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Turma da pesada

Estudo analisa vinhos de 16 países e só não encontra altos índices de metal no tintos e brancos da Argentina, do Brasil e da Itália

Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br

30/10/2008

Pesquisadores da Kingston University, da Inglaterra, analisaram a quantidade de íons de sete metais presentes em vinhos de 16 países e concluíram que apenas os tintos e os brancos da Argentina, do Brasil e da Itália não oferecem riscos potenciais à saúde de pessoas que consomem diariamente 250 mililitros da bebida. Os vinhos Eslováquia e da Hungria foram os que apresentaram os maiores níveis de metais em sua composição. Mas grandes produtores de vinhos, como França, Alemanha, Espanha e Portugal, também tiveram seus vinhos reprovados. As altas concentrações de vanádio, chumbo e manganês encontradas em muitas amostras de vinhos – às vezes dezenas ou centenas de vezes maiores do que o recomendável – foram as que mais preocuparam os cientistas. O estudo acaba de ser publicado na revista científica Chemistry Central Journal e pode ser lido aqui.

No trabalho com vinhos, Declan Naughton e Andrea Petróczi, autores do estudo, usaram uma fórmula da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) originalmente desenhada para calcular o risco potencial que a exposição contínua a poluentes causa nas pessoas. Os pesquisadores temem que o consumo cotidiano de vinhos com altos índices de metais, que podem provocar processos oxidativos, desencadeie doenças neurológicas (Parkinson, por exemplo) ou até tumores. Por isso, os autores do estudo recomendam a inclusão nos rótulos dos vinhos da quantidade de metais presente na bebida e também a implementação de leis sobre essa questão.

Vários fatores podem levar ao aumento da presença de metais nos vinhos de certas regiões. Os pesquisadores dizem que mais estudos devem ser feitos para determinar os mecanismos que fazem os vinhos reter tantos íons de metais em seu processo de produção. “Esse estudos devem verificar a influência (nesse processo) da variedade de uva, do tipo de solo, da região geográfica, dos inseticidas, dos recipientes usados para conter vinho e das variações sazonais”, escrevem os pesquisadores no artigo.

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