Questão de sorte
Estudo diz que ganhar medalha de ouro num concurso é fruto do acaso e não da qualidade do vinho
Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br
08/09/2009
Ganhar uma medalha de ouro num concurso quer realmente dizer realmente alguma coisa sobre a qualidade de um vinho? Provavelmente não. Pelo menos essa é a conclusão a que pode se chegar depois de analisar os resultados de um estudo científico publicado na mais recente edição do Jornal of Wine Economics, periódico The American Association of Wine Economists (Associção Americana dos Economistas do Vinho). Segundo o autor do trabalho, Robert T. Hodgson, um professor aposentado de oceanografia da Universidade Estadual de Humbold que virou dono de uma vinícola na Califórnia (Fieldbrook Winery), “ganhar uma medalha de ouro é (algo) tremendamente influenciado somente pela sorte”.
Hodgson analisou o desempenho de mais de 4 mil vinhos que participaram de 13 concursos promovidos nos Estados Unidos e percebeu que os resultados de cada rótulo variavam muito de uma competição para outra. Não havia consenso entre os resultados dos diversos concursos. De uma amostra de 2440 vinhos que participaram de mais de três competições, 1142 deles (47%) ganharam medalhas de ouro. Mas, desses 1142 rótulos que foram agraciados com uma medalha de ouro num concurso, 957 (84%) voltaram para casa sem essa distinção quando participaram de outra competição. “Portanto, muitos vinhos que são vistos como extraordinariamente bons em algumas competições são vistos como abaixo da média em outras”, escreveu o autor do estudo.
O estudo pode ser acessado na íntegra aqui.
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