Alguns detalhes do Julgamento de Paris
Veja a classificação final dos vinte vinhos americanos e franceses que participaram desse histórico confronto
Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br
18/03/2010
Um pouco de história. Quem se interessa por vinho certamente já ouviu falar ou leu algo sobre o Julgamento de Paris, aquela degustação às cegas organizada em 24 de maio de 1976 na capital francesa pelo crítico inglês (e então comerciante de vinhos) Steven Spurrier que deu fama e reconhecimento internacional aos tintos e brancos da Califórnia. O resultado genérico da prova é bem conhecido: os tintos e brancos americanos, elaborados respectivamente com as castas Cabernet Sauvignon e Chardonnay, bateram os melhores Bordeaux tintos (em geral um blend de Cabernet Sauvignon e Merlot e, às vezes, algum Cabernet Franc) e os melhores Borgonhas brancos (feitos apenas de Chardonnay). O evento entrou para a história como a primeira grande evidência de que países do Novo Mundo podiam fazer vinhos tão bons ou melhores do que os franceses, os reis do Velho Mundo vínico.
Esse é o quadro geral que emergiu da degustação. Mas muitos detalhes importantes da competição são pouco conhecidos ou acabaram ofuscados pelo espantosa vitória dos vinhos americanos. Você sabia, por exemplo, que, tanto na categoria dos tintos como na dos brancos, eram seis vinhos da Califórnia contra quatro da França? Sabia que os juízes da degustação eram nove, todos franceses, e que eles adotaram a (horrível) a escala de notas até 20 pontos? Sabia que a vitória americana na ala dos tintos foi bem menos expressiva do que na dos brancos?
Confira a classificação final do Julgamento de Paris, segundo informações do livro O Julgamento de Paris, de George M. Taber, que,em 1976, era corresponde em Paris do semanário americano Time e único jornalista a presenciar o evento (neste link os curiosos podem ler a pequena reportagem que Taber fez para o periódico que circulou pouco mais de uma semana após a degustação):
Vinho – Pontuação final (soma das notas dos 9 juízes)
Brancos
Chateau Montelena 1973 (EUA) – 132
Meursault Charmes Roulot 1973 (FR) – 126,5
Chalone Vineyard 1974 (EUA) – 121
Spring Mountain 1973 (EUA) – 104
Beaune Clos des Mouches Joseph Drouhin 1973 (FR) – 101
Freemark Abbey Winery 1972 (EUA) – 100
Bâtard-Montrachet Ramonet-Prudhon 1973 (FR) – 94
Puligny-Montrachet Les Pucelles Domaine Leflaive 1972 (FR) – 89
Veedercrest Vineyards 1972 (EUA) – 88
David Bruce Winery 1973 (EUA) – 42
Tintos
Stag’s Leap Wine Cellars 1973 (EUA) – 127.5
Château Mouton Rothschild 1970 (FR) – 126
Château Haut-Brion 1970 (FR) – 125.5
Château Montrose 1970 (FR) – 122
Ridge Vineyards Monte Bello 1971 (EUA) – 103.5
Château Léoville-Las-Cases 1971 (FR) – 97
Mayacamas Vineyards 1971 (EUA) – 89.5
Clos Du Val Winery 1972 (EUA) – 87.5
Heitz Cellars Martha’s Vineyards 1970 (EUA) – 84.5
Freemark Abbey Winery 1969 (EUA) – 78
- Borbulhas populares
- Garrafa mais leve para o champanhe
Fábio,
Sugiro que você compre o livro “O Julgamento de Paris”, do jornalista George Taber, que esteve no evento que acabou sendo apelidado com esse nome. Ele conta em detalhes como foi a degustação e sua repercussão mundo agora. Tem em português o livro. Outra alternativa é procurar por reportagens sobre o tema, que não faltam na internet.
Boa sorte
Marcos
Estou começando a estudar vinhos gostarias de saber mais detalhes sobre este julgamento tipo qual a opinião do publico ou consumidores franceses na época e até hoje como foi a repercussão de opiniões em relação a esse cujo julgamento obrigado !