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A diversidade do espumante nacional

Mais vinícolas passam a fazer vinhos borbulhantes e as empresas há tempos no setor investem em rótulos mais sofisticados

Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br*

26/12/2006

Primeiro espumante da Pizzato: 7 500 garrafas de um brut, com uvas da safra 2006, um blend de 70% Chardonnay e 30% de Pinot Noir (Foto: Divulgação)

A leva de espumantes rosés deve ser a novidade colorida a adornar os copos do verão. Mas nem de longe é a única. As vinícolas brasileiras não param de lançar novos tipos de espumantes. Mais uma vez, vale o seguinte raciocínio: quem já está bem estabelecido nesse segmento, com produtos básicos e da linha intermediária, apresenta ao mercado espumantes mais sofisticados e caros, em geral elaborados pelo método champenoise; os produtores que ainda não tinham vinhos borbulhantes aproveitam o bom momento para garantir seu espaço nesse filão. Na ala dos que acabam de debutar nesse mercado, destacam-se duas pequenas empresas da Serra Gaúcha, a Pizzato e a Lidio Carraro. Famosa por seus Merlots, a Pizzato produziu 7 500 garrafas de um espumante brut safra 2006 pelo método champenoise, um corte de 70% Chardonnay e 30% de Pinot Noir. O produto custa em torno de R$ 35. A Lidio Carraro faz sua entrada no mundo das borbulhas com dois rótulos, ambos feitos dentro linha Reserva da Serra, composta de produtos mais básicos e com preço atraente: um espumante brut, blend de Chardonnay e Pinot Noir feito pelo método Charmat, e um moscatel (doce). Ambos custam pouco mais de R$ 20 se comprados diretamente da vinícola. “Nossos espumantes serão os vinhos oficiais dos Jogos Pan-Americanos de 2007 no Rio de Janeiro”, afirma Patrícia Carraro, diretora da vinícola.

A Miolo, que já tinha espumantes mais simples, lançou no fim de ano 33 mil garrafas do Brut Millésime, um produto feito pelo método champenoise e elaborado com uvas Chardonnay e Pinot Noir colhidas em 2004 no Vale dos Vinhedos. A idéia da vinícola é só fazer esse produto em colheitas excepcionais. Antes de chegar ao mercado, a um preço de R$ 45 na loja virtual da Miolo, o Millésime permaneceu 14 meses envelhecendo nas caves subterrâneas da empresa. No Effervescents du Monde deste ano, concurso internacional que confronta apenas espumantes, o novo rótulo ganhou medalha de ouro. “Em 2007, devemos crescer 20% no setor de espumantes, atendendo a todas as faixas do mercado”, diz Adriano Miolo, diretor-técnico da vinícola.

Há quem tente atrair o consumidor com espumantes feitos com cortes (blends) de uvas diferentes. Esse é o caso da Piagentini, que colocou no mercado 4 500 garrafas de um espumante elaborado com as uvas brancas Chardonnay e Viognier, esta última, típica do Vale do Rhône, sul da França, mais usada para fazer vinhos brancos não-efervescentes. O produto, chamado Brut Decima Champenoise Viognier-Chardonnay 2005, que se situa na faixa dos R$ 35, faz parte da estratégia da empresa, ainda muito ligada a rótulos populares, de alcançar um público mais sofisticado. Já a Salton, líder do setor de vinhos borbulhantes, espera fazer barulho no verão com promoções nas praias brasileiras, levando aos banhistas Prosecco, copos e baldes de gelo.

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*Esta matéria foi originalmente publicada na edição de dezembro de 2006 do jornal Bon Vivant

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