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AOC Champagne

O mais famoso e prestigiado espumante do mundo

Marcos Pivetta/www.jornaldovinho.com.br

01/01/2009

champagne

Moinho de Verzenay, nas terras da produtora Mumm: a área delimitada de vinhedos para elaboração de champanhe deve ser aumentada em alguns milhares de hectares em breve (Foto: Wikimedia Comnons)

Origem: costuma ser apontado como o primeiro espumante a ter sido elaborado pelo homem, embora haja alguma contestação aqui e ali sobre essa primazia. Surgiu na segunda metade do século XVII. É, portanto, um membro relativamente recente, com pouco mais de três séculos de existência, do mundo do vinho, que conta com alguns milhares de anos de história. A lenda e o (ótimo) marketing cultivados pelo champanhe atribuem sua “invenção” ao monge beneditino Dom Pérignon, que foi tesoureiro e chefe das caves da Abadia de Hautvilliers, ao norte de Épernay, na região de Champagne, entre 1668 e 1715, quando morreu.

Tipos: espumantes brancos e, em menor escala, rosados. A maioria dos champanhes não são safrados e são compostos por blends (misturas) de vinhos feitos com uvas plantadas na região. Para uma minoria de conhecedores abonados e os ricos de todo o mundo, os produtores costumam produzir uma pequena quantidade de caríssimos champanhes safrados e/ou provenientes de vinhedos específicos. Um luxo para poucos.

Elaboração: sempre pelo método champanhês, uma criação da região, com a segunda fermentação (responsável pelo surgimento das bolhas de gás carbônico) ocorrendo obrigatoriamente na própria garrafa a ser comercializada. Os champanhes não-safrados têm de permanecer ao menos 15 meses envelhecendo antes de serem lançados. Os safrados devem esperar três anos no mínimo.

Zona de produção: atualmente, seguindo as diretrizes legais de 1927 que criaram a AOC Champagne e algumas revisões posteriores, existem cerca de 34 mil hectares de vinhedos em 319 comunas da região autorizadas a plantar uvas para produção de champanhe. Em março de 2008, devido ao aumento de demanda pela bebida nos últimos anos e a ameaça de faltar uva para fazer champanhe, foi aprovada uma expansão da zona produtora. Quarenta novas comunas devem ser incorporadas à AOC. Os detalhes iniciais da expansão, uma questão delicada, que mexe com muitos interesses econômicos, só devem ser decididos no início do próximo ano. Por ora, não se sabe exatamente quantos milhares de hectares serão incorporados à AOC. O certo é que não deverá faltar champanhe em 2020, quando os novos vinhedos deverão estar produzindo a pleno vapor. Isso se a atual crise econômica mundial não reduzir a sede por borbulhas na próxima década.

Uvas: só se pode fazer champanhe com três uvas, a branca Chardonnay e as tintas Pinot Noir e Pinot Meunier. A maioria dos champanhes é um blend das três cepas, mas há versões elaboradas apenas com uma dessas variedades. Champanhes feitos apenas com uvas Chardonnay são denominados Blanc des blancs e os que usam somente uvas tintas são chamados Blanc des noirs.

Produção: cerca de 300 milhões de garrafas são produzidas anualmente. A produção, sobretudo para exportação, está concentrada nas grandes casas produtoras, como a Moët et Chandon, a Veuve Clicquot-Ponsardin e Mumm.

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